O Focusing, concebido por Eugene Gendlin e fundamentado na abordagem humanista de Carl Rogers, oferece uma exploração única das emoções e sensações físicas, utilizando o “felt sense” ( sentido do sentir) como guia para desvendar bloqueios internos.
Na prática do Focusing, uma imagem poderosa é a da fêmea ursa que percorre as gélidas terras polares acompanhada das suas crias. Neste cenário, uma das crias encontra dificuldades ao tentar subir a um iceberg. Ao invés de prosseguir sem ela, a fêmea ursa decide regressar, sentando-se junto à cria.
Neste momento, a fêmea ursa não resolve diretamente o desafio da cria, mas permanece em silenciosa presença, aguardando enquanto esta explora os seus próprios recursos para superar a dificuldade. Neste sentido, o Focusing encoraja a autoexploração e a confiança no processo interno para alcançar resoluções significativas. Além de mobilizar recursos internos para desafios, o Focusing destaca ainda a importância da aceitação das emoções. Por exemplo, ao confrontar a ansiedade, esta prática encoraja a aceitação e o reconhecimento desta emoção, criando uma distância meditativa entre o eu e a emoção.
Como diria Charlie Chaplin, “de perto, o mundo é uma tragédia e de longe, uma comédia”. Esta pequena distância onde deslizam as emoções representa a diferença crucial entre sentir-se verdadeiramente bem ou profundamente afetado. Eugene Gendlin via o “Felt Sense” como a chave para o sucesso terapêutico, destacando a consciência deste nosso “sentido do sentir interno”. O Focusing não só estimula esta consciência, como ativa recursos internos, como o curador interno, que é o potencial de cura intrínseco em cada um de nós.