Regressão
Na minha experiência profissional enquanto terapeuta, tenho testemunhado uma verdade reveladora: muitos clientes que procuram ajuda após vários anos de outras abordagens terapêuticas, muitas vezes sem alcançar os resultados pretendidos, descobrem na regressão uma nova fonte de esperança. É interessante observar como na exploração desta técnica, os clientes se renovam de esperança e entusiasmo, tomando consciência que o que antes parecia inatingível, começa efetivamente a materializar-se.
“Boa tarde doutor, espero que esteja tudo bem consigo, senti-me bem melhor depois da primeira sessão, era mesmo o que eu estava a precisar, foi muito para além das minhas expectativas e percebo que o que eu estava a fazer não era em nada parecido com esta terapia, agradeço, um abraço, R.N.”
R.Narciso, 16 anos, Setúbal
Uma das maiores vantagens da regressão é precisamente a sua capacidade de nos conduzir diretamente às raízes dos problemas. Mergulharmos nas profundezas do nosso aparelho psicológico, identificando as origens dos nossos dilemas que estão tantas vezes enterrados nas sombras do subconsciente.
Na realidade, a regressão não é um enigma intimidante no qual nos encontramos profundamente hipnotizados, como frequentemente é retratado nos filmes. O estado de transe necessário à regressão não implica a perda de consciência. Pelo contrário, a regressão desenrola-se através de uma interação constante entre o terapeuta e o cliente, num diálogo mútuo. E não há necessidade de se alarmar. O cliente tem sempre o direito de expressar: “Ainda não me sinto preparado para explorar esse espaço”, sendo que o terapeuta acolhe este feedback com gratidão. Tal como no contexto de uma visita ao dentista, proceder com calma e minimizando qualquer desconforto para o cliente é frequentemente a chave para um tratamento eficaz.
“Thank you, Pedro I am touched by your grounded empathy and the openness of your heart”
S.Parker , 54 anos, Caldas da Rainha
Ao longo da sessão, o terapeuta não se apresenta como uma figura distante e intelectualizada, mas sim como um apoio emocional ao processo, procurando ser gentil e acolhedor. Respeita o ritmo e as preferências do cliente, estabelecendo uma conexão empática que cria um ambiente seguro e de confiança. Neste contexto terapêutico, onde o respeito mútuo e a colaboração são fundamentais, o terapeuta está lá para orientar e apoiar o processo, enquanto o cliente é incentivado a explorar as profundezas da sua própria experiência emocional.
Como é feita uma regressão?
Na prática da regressão terapêutica, o trabalho começa com uma delicada abordagem do tema em questão. Com os olhos fechados, o cliente mergulha num estado de introspeção, sintonizando-se com os assuntos a serem trabalhados. É a partir destas emoções e sensações físicas que o terapeuta conduz o cliente à sua primeira experiência de vida em que teve sensações semelhantes. O cliente é então guiado a revisitar o passado, reconectando-se com eventos e experiências que moldaram as suas reações emocionais e padrões de comportamento.
A Catarse
Durante uma sessão de regressão, a catarse surge como um momento crucial. O cliente é convidado a revisitar o trauma passado, sendo encorajado a expressar sem reservas todas as emoções que o acompanham. É-lhe pedido que faça aquilo que na altura do acontecimento não lhe foi possível realizar devido às circunstâncias do momento: gritar, chorar, até mesmo libertar a raiva contida através de gestos físicos. Esta experiência intensa de libertação permite que o trauma, outrora aprisionado dentro dessas emoções não manifestadas, seja finalmente dissolvido. Com frequência, estas emoções permaneceram reprimidas ao longo do tempo, deixando o cliente com uma sensação de impotência que agora, finalmente, pode ser ultrapassada.
Nesta fase, o cliente é convidado, ainda, a estabelecer as associações significativas entre as experiências revividas e os desafios que enfrenta na vida atual. Este é um momento crucial em que se encoraja à reflexão sobre como os eventos passados estão influenciar os padrões de pensamento e comportamento na vida atual.
A Reestruturação
Na fase de reestruturação após a catarse, o cliente é convidado a uma reinterpretação profunda da experiência vivida. Aqui, o foco reside em corrigir os danos causados pela vivência traumática. O cliente é encorajado a dialogar e resolver conflitos com as partes envolvidas, permitindo-lhe cuidar da parte interna que foi traumatizada. É um momento de cuidado e reconstrução, onde são providenciadas as necessidades desta sua parte afetada, dando-lhe a atenção e o suporte emocional que tanto precisa para se curar.
A integração
Na fase de integração, a parte do cliente que foi previamente traumatizada e depois curada durante a reestruturação é convidada a regressar ao seu todo. É como se, durante o processo de cura, essa parte fosse temporariamente separada do cliente para receber o tratamento necessário e, uma vez curada, fosse devolvida ao cliente para que ele se sinta completo novamente. Esta é uma etapa essencial onde se promove a reintegração dessa parte do self, permitindo ao cliente reconectar-se plenamente consigo mesmo. É um momento de reconstrução da identidade e da integridade pessoal, onde o cliente pode finalmente sentir-se em harmonia consigo mesmo.
Após uma regressão, os clientes frequentemente experimentam um impacto profundo na forma como percebem a nova realidade e como se relacionam com o problema inicial que os levou à sessão. A regressão não apenas nos ajuda a compreender as nossas feridas mais profundas, mas capacita-nos também a curá-las e a transcender para um estado de maior bem-estar e plenitude nas nossas vidas.
“Olá, Pedro! Tudo bem? Cá estou eu a dar novidades… De facto consigo agora ver o meu pai com outros olhos. Já tivemos duas ou três conversas de adulto para adulto e isso foi muito bom.”
C.F., Belas (mensagem recebida via WhatsApp)
É gratificante reconhecer o impacto muito positivo da prática da regressão terapêutica. Neste caminho profissional que escolhi, sinto-me privilegiado por ter a oportunidade de testemunhar e facilitar a transformação nas vidas das pessoas que confiam em mim para explorar os recantos mais profundos dos seus mundos internos.
“A maior contribuição que alguém pode dar à humanidade é ser verdadeiramente feliz.”
Carl Jung
Pedro Abranches, Psicoterapeuta Transpessoal
5 Comments
Carla
Aconselho vivamente. Valorizo muito o trabalho do Pedro.
Candida Santos
De facto, a mudança que senti, desde a primeira sessão, foi algo que não estava a contar. Fui apenas pensando que “mal não me pode fazer” e saí da primeira sessão muito mais leve, com capacidade de enfrentar a vida com maior vitalidade. Aprendi ainda a conhecer-me melhor e a entender-me. Estou deveras mais serena e mais feliz. Obrigada Pedro por ser um profissional de “mão cheia”.
Cláudia
Sem dúvida este artigo ,integrou-se verdadeiramente no meu estado actual, onde perdi tudo e todos de uma vez só, porque todos pensam que não estou bem nem equilibrada. Mas ninguém pensa porquê, eu reajo tal mal às situações.
…a reflexão de eventos passados que estão a influenciar os padrões de pensamento e comportamento da vida actual…sem dúvida é exactamente neste estado de espírito que me encontro hoje. Corrigir estes danos com esta terapia concerteza, seria a melhor coisa que posso fazer neste momento. Tenho que encontrar a origem do meu problema. A regressão deve ser mesmo um solução para mim.
Sónia Calisto
Sem dúvida uma experiência surpreendente onde mergulhamos no nosso inconsciente.
Revivendo situações marcantes que estavam aprisionadas na nossa mente, podendo assim ultrapassar estes “traumas” e compreender o hoje o presente de uma forma muito mais leve e lúcida
Recomendo vivamente o Pedro Abranches quer pelo seu profissionalismo quer pela excelente capacidade que possui de nos ajudar e conduzir nesta caminhada que é a Vida.
João
Muito bom!!