Os homens rotulados como “bonzinhos” frequentemente revelam uma profunda natureza narcísica. Este padrão de comportamento é impulsionado por um instinto de sobrevivência inato. Esta é a razão subjacente pela qual as mulheres tendem a evitar relacionamentos com homens caracterizados como “bonzinhos”.
Num contexto ancestral, diante do ataque de um leão, por exemplo, o homem considerado “bonzinho” poderia permitir que o predador atacasse a sua companheira, sem intervir para resgatá-la, como uma forma de garantir a sua própria sobrevivência.
Atualmente, o homem considerado “bonzinho” busca a aprovação dos outros como uma estratégia de sobrevivência para garantir sua segurança e integração nas esferas mais elevadas da complexidade social. Desta forma, ele adota um comportamento exemplar na esperança de obter a aceitação dos demais e, consequentemente, sentir-se mais seguro.
Na história infantil “A Bela e o Monstro”, a protagonista apaixona-se por um ser monstruoso, não encontrando atração nos homens bondosos, narcisistas ou frágeis. Estes últimos são simbolizados pelos anões da história “A Branca de Neve e os Sete Anões”.
É curioso observar como mulheres jovens e atraentes muitas vezes se veem cercadas por pretendentes desinteressantes, representados metaforicamente pelos “anões”, apesar de não nutrirem nenhum interesse genuíno por eles.
Então, quem é o verdadeiro príncipe encantado para as mulheres? O verdadeiro príncipe é o “monstro”, porém, um monstro moldável, maleável. E por que razão o sexo feminino frequentemente se apaixona por estes “monstros”? A resposta é bastante simples: num mundo complexo e inseguro, os únicos seres capazes de manterem psicopatas à distância são precisamente os “monstros”.
Pedro Abranches, Psicoterapeuta Transpessoal
2 Comments
Cláudia
Genial este artigo ,é uma verdade muito grande este artigo ,e a comparação com os clássicos é fundamental, para vermos como realmente desde bem cedo, tínhamos já o conhecimento necessário para enfrentar tantos monstros na vida.
Obrigada excelente reflexão.
Carla
Muito bem explicado e numa escrita que chega a todos. Permitindo nos através de uma história ver a vida real e se a queremos viver com um homem bonzinho que nos magoa ou se escolhermos um mostro que nos defende do que supostamente é toxico. Podendo ser verdadeiramente felizes! Lindo texto, enriquecedor e ao alcance de todos. Bem haja!