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Nas Redes Sociais, a Alegria Aparente e a Solidão Subjacente…

Tempo de Leitura: 2 min

Nas redes sociais, é comum sentirmo-nos atraídos pela ideia de partilhar a nossa melhor versão, uma alegria que parece ser uma competição constante. Afinal, quem não deseja a admiração dos amigos e seguidores?

No entanto, por detrás das fotos perfeitas e dos sorrisos radiantes, muitas vezes reside uma realidade bem mais complexa. Parece que todos estão a competir para serem a pessoa mais feliz do mundo virtual. Queremos que os outros vejam a nossa vida como repleta de emoção e realização. No entanto, esta busca constante pela validação nas redes sociais pode levar-nos a esconder a solidão e a tristeza que por vezes sentimos.

A alegria evidenciada nas publicações do Facebook e nas fotografias do Instagram frequentemente encobre a solidão de quem os publica. A constante comparação com a vida aparentemente perfeita dos amigos, muitas vezes idealizada por nós, pode fazer-nos sentir que estamos a perder momentos preciosos.

Mas será essa a realidade?

A verdade é que, por vezes, o que partilhamos online não corresponde ao que realmente vivemos. Conheço uma amiga que luta contra a depressão e que, por vezes, sai à rua apenas para tirar uma selfie num jardim bonito, regressando a casa para se enclausurar na sua melancolia. Quem a observa no Facebook acredita que ela é uma das pessoas mais felizes do mundo, mas a realidade é bem diferente.

Outro exemplo é um casal bonito e apaixonado por motos, que possui uma página com um impressionante número centenas seguidores. Aparentam ter uma vida repleta de cor e entusiasmo, repleta de aventuras e paisagens deslumbrantes, como mostram nas redes sociais. No entanto, ao encontrá-los recentemente numa esplanada com o seu filho pequeno, notei que passaram a tarde praticamente sem trocar uma palavra, partilhando um vazio acompanhado de expressões desmotivadas e aborrecidas…

Esta observação leva-nos a questionar se, por vezes, estamos a perseguir fogos de artifício, em vez de abraçarmos a verdadeira essência da vida.

O que está por detrás das selfies brilhantes e dos posts espetaculares?

Talvez esteja na altura de valorizarmos a autenticidade e os momentos genuínos, em vez de competirmos pela felicidade nas redes sociais. A verdadeira alegria não se mede pelo número de gostos e seguidores, mas sim pela profundidade das nossas conexões humanas e pelo amor e compreensão que partilhamos com os outros.

É hora de olharmos para lá das aparências virtuais e de apreciarmos a verdadeira beleza da vida real, com todos os seus altos e baixos.

Pedro Abranches — Psicoterapeuta Transpessoal

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