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Decifrar os Sinais: Será que a Nossa Relação Chegou ao Fim?

Tempo de Leitura: 3 min

Para evitar investir tempo e energia numa relação que não justifica o esforço, eis o que fazer: quando a felicidade é unilateral e um parceiro prospera à custa do outro, é fácil cair na armadilha da culpa. Ficamos frustrados, e em vez de assumir a responsabilidade, é comum atribuir as culpas ao parceiro. Ao longo dos meses, semanas e anos, se a tendência persistir de culpar o outro pela infelicidade e reavivar constantemente conflitos passados, as relações tornam-se corroídas por ressentimentos. Quando se chega ao ponto de não conseguir reconhecer qualquer qualidade positiva no parceiro, é sinal de que a relação está em sério risco. É fundamental recordar que todas as pessoas têm algo de bom, e foi essa perceção que inicialmente os uniu.

Quando o teu parceiro tenta afastar-te dos teus amigos, família e das tuas atividades preferidas, esse controlo excessivo é um sinal de toxicidade. É crucial estarmos conscientes desta dinâmica para estabelecermos limites apropriados, caso contrário, corremos o risco de entrar numa espiral descendente prejudicial.

O respeito mútuo desapareceu e foi substituído por mentiras, traições e insultos. Em vez de perpetuar este ciclo, é mais sensato abordarmos o parceiro de forma aberta. Perguntar-lhe sobre os sentimentos, iniciar uma conversa para compreender o que está a acontecer na sua mente e, acima de tudo, verificar se há genuíno respeito, é uma abordagem fundamental. Afinal, pedir um pouco de respeito não é demasiado.

O teu parceiro revela uma tendência egoísta, onde tudo gira em torno dele. Embora seja natural partilhar os sucessos com o companheiro, se essa partilha se torna unilateral, é altura de ponderar. O equilíbrio é essencial numa relação saudável.

Quando nos distanciamos e percebemos que já não partilhamos interesses comuns, é um sinal de que as nossas vidas estão a caminhar em sentidos diferentes. Este afastamento é por vezes natural, visto que as pessoas crescem em direções diferentes ao longo do tempo e da vida. Torna-se então crucial avaliar se ainda partilhamos valores e objetivos comuns. A questão da compatibilidade pode torna-se relevante: conseguimos visualizar-nos ao lado do nosso parceiro daqui a 5 ou 10 anos?

Não estarmos abertos a mudanças e persistirmos em pensar que o problema é sempre do parceiro, é como negligenciar um jardim que requer manutenção. Em qualquer relação, ambos os parceiros devem estar ativamente empenhados em fazê-la prosperar, caso contrário, as “ervas daninhas” poderão a crescer. Falar sobre divórcio não é uma leve consideração, mas importa reconhecer que, às vezes, é necessário. Sem o propósito de assustar, este alerta destaca a importância de usar todos os recursos para salvar uma relação, à semelhança de reparar uma fissura numa parede em vez de optarmos por comprar uma casa nova.

A confiança, assim como o respeito e a amabilidade, são os pilares centrais de uma relação. Quando a confiança desaparece numa relação, é comum que os parceiros comecem a questionar as atividades um do outro quando não estão juntos. Surgem pensamentos como “o que estará ele a fazer” ou “com quem está ele”, levando a uma crescente irritação e desconfiança. Estes pensamentos indicam uma falta de segurança e transparência na relação. A preocupação constante sobre as ações do parceiro é um sinal claro de que a base fundamental, que é a confiança mútua, está comprometida. Isso pode criar um ambiente tenso e prejudicar a saúde geral da relação.

Pode acontecer que o amor mútuo simplesmente se desvaneça, e algo aparentemente trivial como o som do mastigar uma pastilha possa irritar-me profundamente. Neste caso, talvez existam problemas mais profundos a serem resolvidos na relação. Poderá ajudar questionarmo-nos sobre o que há no meu parceiro que não aprecio? Será que ainda sinto uma atração genuína por ele?

Outra possível sinalização de problemas na relação é ponderarmos se temos sido pouco amáveis um com o outro e se, ao longo do tempo, perdemos o respeito, distanciamo-nos significativamente ou se estamos persistentemente irritados com o parceiro.n

Em conclusão, para evitar investir tempo e energia numa relação que não justifica o esforço, é essencial estar atento a diversos sinais de alerta. A felicidade unilateral, a falta de respeito, o controlo excessivo, a egoísmo evidente, a perda de interesses comuns e a ausência de confiança são todos indicadores críticos de que a relação pode estar em risco. Reconhecer esses sinais e abordá-los de forma aberta e honesta é fundamental para promover a comunicação e a compreensão entre os parceiros. Por vezes, isso pode envolver a necessidade de fazer mudanças significativas na dinâmica da relação ou, em casos extremos, considerar a possibilidade de seguir caminhos separados. O importante é manter o equilíbrio, a compaixão e o respeito mútuo, pois são esses elementos que formam as bases de uma relação saudável e duradoura.

Pedro Abranches, Psicoterapeuta Transpessoal

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